Quando o julgamento tira a chance do diálogo
- Fe Matos
- 2 de jul.
- 2 min de leitura
Atualizado: 12 de ago.

Jogada da semana: “Você é muito infantil.”
Essa frase bate seco. Rápida, cortante, humilhante. Quando ela aparece, o que era DR (discussão da relação) vira disputa de poder. E, em geral, quem diz isso não está calmo, muito pelo contrário, está no limite. Por trás do julgamento, há uma frustração intensa: "Eu não consigo lidar com seu comportamento, então eu desqualifico você."
Mas atenção: desqualificar o outro nunca ajuda a relação a amadurecer. Pelo contrário, coloca o casal num campo de guerra onde um é o adulto responsável e o outro o “problema”. Isso só gera ressentimento e fechamento.
📢 Se você disse essa frase, respira fundo e pergunte-se:
O que em mim ficou tão irritado ou exausto a ponto de atacar em vez de dialogar?
Será que eu me senti sozinho, sobrecarregado, ou sem espaço?
Tente voltar ao que realmente sente: “Eu me senti sozinho quando você agiu assim” comunica muito mais do que “você é infantil”.
🎧 Se você ouviu essa frase, é difícil não se encolher ou reagir na hora. Mas tente ouvir o que está atrás da crítica:
provavelmente uma expectativa frustrada, um pedido malfeito de parceria ou maturidade.
como seria pensar: Eu não gostei de ser chamado de infantil... mas estou disposto a entender o que te incomodou.
como seria responder: Posso não ter reagido como esperava, mas me ajuda a entender o que você precisava de mim?
💡 Dica da psicóloga que acredita na potência do vínculo:
Rotular mata o diálogo. Você pode falar do comportamento sem atacar a identidade da pessoa. Dizer “isso me pareceu imaturo” é bem diferente de “você é infantil”. A primeira é observação; a segunda é julgamento com ferida.
DR não é tribunal de maturidade. É espaço pra crescer junto.
Toda relação adulta precisa de escuta mútua,
não de pais e filhos trocando acusações.
🎁 Bônus regulador:
Se o outro estiver desorganizado emocionalmente, responder com superioridade só aumenta o caos. A maturidade relacional começa quando a gente para de disputar quem está “certo” e começa a se perguntar: o que está doendo aqui?
Nos vemos na próxima jogada.
Cuide-se bem,
Fe
Adorei o texto, em um relacionamentos as vezes nos esquecemos do poder das palavras para que aja um bom entendimento, principalmente quando são duas pessoas de culturas diferentes, onde o significado de uma palavra pode ser divergente.
" O que está doendo?" É o que deve ser dito na primeira frase de uma DR. Falando por mim, eu já entraria na conversa desarmada. Muito obrigada Fê